quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Artes marciais um caminho para Deus

Engana-se quem pensa que as artes marciais são apenas golpes ou táticas para derrubar um oponente.




Desde o surgimento das artes marciais, a prática estava associada a religiosidade e  a filosofia. A busca pela harmonia entre o corpo e a alma está enraizada na cultura oriental como algo divino. Sabemos que existem diversas maneiras de chegarmos até Deus. Cada religião determina uma. Será que as artes marciais também podem ser uma forma de chegar ao Criador?
O pensador Voltaire já dizia, que “se Deus não existisse seria preciso inventar”, verdade ou não, esta frase nos faz refletir e compreender o quanto é complexa a influência social de Deus e, consequentemente, a participação das religiões como condutoras de fatos históricos e sociais.

Historicamente, jamais encontraremos um povo que não tenha tido relação com o “Divino”. Seja na semelhança com o homem, na visão antropomórfica, ou na representação divina por meio da natureza. Definindo assim as características sociais de cada civilização, possibilitando a criação de milhares de religiões que se fortalecem ou enfraquecem com o passar dos séculos.
Algumas civilizações utilizaram técnicas de pacificação como forma de eliminar as periódicas invasões que durante séculos representaram ameaças, como aconteceu com os monges da Mongólia. As artes marciais sempre tiveram uma relação muito próxima com a religiosidade. É importante não esquecermos que no passado as técnicas de lutas marciais eram privilégios dos monges e demais pessoas sensíveis, além disso, durante certos períodos épicos nipônicos, os guerreiros marciais na velhice passavam a se dedicar a religiosidade, muitos se tornaram monges e líderes espirituais.
 Infelizmente, devido a toda uma herança histórica deformada, nós ocidentais somente pegamos a parte esportiva das artes marciais e também as fundamentações bélicas. Afastando todo o cunho de religiosidade e filosofia que estão acoplados as lutas, não somente as lutas criadas no Oriente, mas também a Capoeira, genuinamente brasileira.
Tivemos no Ocidente uma Idade Medieval que foi caracterizada pelo teocentrismo, a centralização de Deus no universo. Posteriormente, entramos na Idade Moderna, em que o homem procura separar a fé de razão, fortalecendo a racionalidade e proporcionando a separação da filosofia e da teologia. Fundamentado por meio das ideias de Francis Bacon e de Galileu, o surgimento da ciência com bases independentes e no homem ficou conhecido como antropocentrismo, ou seja, o homem passou a ser o centro do universo.
Dr. José Augusto Maciel Torres

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